quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

E que esse presente continue sempre presente!



Quinta-feira! Pijama, cabelo molhado, um pouco frio, trouxeram o meu presente. Estava empacotado e nem eu sabia se o era realmente.  Uma noite, dois dias, oito horas com aquela janela aberta. E só aumentou. Era mesmo um presente que vagarosamente foi se desembrulhando. Demorou pra eu perceber o que vinha lá dentro. Assim como quando criança batia em ovos de Páscoa para tentar adivinhar a surpresinha, eu batia, balançava, prestava a atenção em tudo tentando predizer o conteúdo que não era rotulado como os chocolates. Não me trazia quaisquer tipos de informação. Melhor! Porque sem um conhecimento prévio, tudo era novidade, aprendizado, vida, motivos para ir mais longe, conhecer, estar junto. Tudo isso com a mais robusta reciprocidade.

Sem imaginar, um simples presente de uma quinta-feira comum, me rendeu uma história. Está rendendo a melhor história! Já não me imagino sem essa surpresinha que estava no interior do embrulho, sem esse alguém que eu brigo, xingo, acaricio, discuto, dou as risadas mais feias, divido a menor cama já vista para um casal tamanho GG. Não existe mais meu quarto organizado, o tapete arrumado, não existe mais um pia de banheiro sem uma escova de dentes em cima, jogada. Também não existe mais a pasta de dentes apertada do finalzinho para cima, não se vê mais os cabides do meu guarda-roupas virados para um só lado. Simplesmente porque não existe mais EU sem VOCÊ.

E a única imagem alojada em meus pensamentos durante todos os dias é a minha visão míope de você por trás de uma porta de vidro martelado, com os dedos entre os fios de cabelo para deixar aquelas mechas soltas em cima de um óculos que eu quebrei. Não é só desejo, vontade, risos. É toalha molhada em cima da cama, é o pé no chinelo de pano depois do banho, é soco no rosto enquanto se dorme, tapa na cara, tarde de sol, café da manhã na chuva, é o seu omelete especial, SAL com peixe, brigadeiro no meio-fio na madrugada gelada. Não é amor, é melhor!


domingo, 1 de abril de 2012

E com a mudança...

...veio a necessidade de muitas coisas, coisas que eu encontrava ali, você eu encontrei ali! Linda, alegre, com um carisma poucas vezes já visto em outras faces. Talvez eu estivesse carecendo mais de uma amiga do que de parafusos ou lâmpadas. Você se mostrou necessária. E quando preciso compartilhar com alguém a falta que sinto dos meus pais, a preocupação com assuntos (às vezes até um tanto supérfluos), você é quem me conforta. Psicologicamente cansada, pesada, sei que tenho alguém que posso me alicerçar on-line quando não estou bem. As coisas que mais preciso ouvir, em momentos que parecem estrategicamente pensados, calculados, saem da sua janela.

Gosto quando me chama de galega, quando ri por eu gostar de coisas antigas e tantas outras que para muitos, são insuportavelmente chatas, não que pra você não seja, mas você coloca a graça naquilo que todos azedam, julgam, reclamam. Só o que eu não quero é perder um histórico confortante, engraçado, perigoso (!) em função dos seus desejos momentâneos.

Tenho estado muito bem, demasiadamente enrolada, em vários aspectos, porém, feliz! Talvez possa colacionar minhas atuais paixões com as de Guilherme de Baskerville, não necessariamente Aristóteles, Ovídio e Virgílio (!), mas, algo muito próximo de tudo isso. Se fosse diferente, eu até poderia estar escrevendo poemas de amor (se eu tivesse talento) ou citando Fernando Pessoa. De que adiantaria a deslumbrância dos versos se resultados de um sentimento sujo? Só por isso que ofereço tudo que tenho de verdadeiro, sem mentiras, sem ilusões. A sinceridade é muito mais interessante do que uma pérfida esperança!


Que nossa amizade continue, e cresça!










terça-feira, 27 de março de 2012

Enquanto se dorme


Foi em uma noite tão comum como outras já vividas, comecinho de verão, só mais um sábado mergulhada naquelas luzes coloridas. Mas já fazia algum tempo que por ali eu não andava. Belos corpos, muitos copos, banheiro, seios, tênis, rostos estranhos, passos sincronizados, gritos de admiração, uma felicidade linda. Risos, cochichos, beijos... tudo com muita cor e brilho, menos pra mim! Nada daquilo me importava, pelo menos não naquele momento. E tentava entender o motivo de eu não ter ficado em casa ouvindo Elton John como nas outras vezes.

Eu estava em uma daquelas poltronas lindas, confortáveis do camarote. Quando estava quase pegando no sono a resposta veio de carona com o primeiro copo de uísque, foi ela quem trouxe. E em alguns segundos respondi a mim mesma, o que há umas duas horas me perguntava. Tudo explicado, entendido, transformado. Naquele instante todo o sentimento preto e branco que se fazia presente em mim tomou forma radiante misturando-se com as cores do ambiente. Sapatinho daqueles bem de malandra, uma calça daquelas que eu odeio, cabelos soltos, rosto suado, salgado. E era mais do que eu queria!

Na Avenida principal, ao lado do estacionamento, eu soube tudo de Comércio Exterior e ela tudo sobre o curso de Letras, MENTIRA! Sabíamos apenas nossos nomes e algumas outras coisas, nada que a impedisse de ser uma estupradora ou que me impedisse de ser uma assassina. Assim fomos, na fé! Sem saber ao certo pra onde iríamos, nenhuma! Eu quase não conhecia aquele lugar, ela sim. Um lugar perfeito pra falar sobre a vida, fazer coisas da vida, pensei. NADA!

Tirou do bolso o chicletinho mágico para que eu então conhecesse os elefantes cor-de-rosa, o trem-bala, o motorista maluco querendo me podar pela direita na BR-116 e o macaco roxo tomando caldo de cana no mirante às cinco horas da manhã(!) Sei que ela só queria me mostrar o que meus olhos sãos jamais poderiam ver, e queria que eu permanecesse acordada para que meus olhos não se desviassem daquele rosto lindo. Porque se desviassem, seria como é agora... ela vem, eu vou, liga, chama, conta alguma coisa, novas paixões, ilusões, novos corpos, balinhas diferentes, mas, nada será como aquilo, momentos únicos que não são postos a qualquer tipo de comparação. Porque nada será como foi, e me pergunto quando foi que eu dormi, pra ter me desviado desta maneira.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cidade Maravilhosa...

Escrever em um momento de tamanha revolta, pode até ser arriscado, arrogante ao denunciar tanta injustiça em um mundo tão mesquinho onde uma bunda vale mais que mil cérebros, onde uma carreira daquela MALDITA FARINHA vale mais que uma vida.
Tudo parece ser tão perfeito na zona sul, célebres artistas desfilando naquelas calçadas, os mais altos prédios que brigam em uma disputa por beleza maior! Voltando um pouco, veremos não mais o cenário das novelas, mas o cenário dos jornais, ouvindo o som das sirenes a todo instante, percebendo a frieza de um nativo ao contar o caso da jovem que no dia anterior atravessou desesperadamente a Avenida Brasil, com os seios despidos fugindo de um individuo que a perseguia com uma faca. Sendo obrigados a ver os restos mortais de um homem que acaba de ser assassinado, uma cena tão forte e triste que nos deixa abismados. Ouviremos então, o mesmo nativo, rindo das nossas atitudes e dizendo ser normal ver presunto fresco a todo o momento nas ruas.
Arrepia-me tamanha impassibilidade, assombra-me tamanha conformação! O que fizeram com o mundo? O que fizemos dele? Um mundo onde vemos indigentes humanos tendo que tomar banho com um litro de água em um banco de praça, onde vemos favelas parecendo empobrecer mais em cada 100 metros que andamos. Nada de demasia, muito pelo contrário, poupo a inocência dos olhos que por algum motivo correm por este meu texto, um texto pobre, só não mais pobre do que aquelas crianças que assediam qualquer motorista ao parar no sinal vermelho em busca de dinheiro para que possam sustentar seus vícios. Em meio a tanta desigualdade, em meio a tanta violência, em meio a uma realidade tão infeliz, fico transtornada, cabe a mim me perguntar: Quando é que isso parar? Não vai parar. Pelo menos não, enquanto não colocarmos em prática aquilo que há tantos mil anos está na bíblia e que só agora os jornais, a mídia, os revolucionários estão tentando pregar:
Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!


sábado, 17 de dezembro de 2011

Dreams!

N
ada de muito definível, absolutamente nada de equilibrado entre os extremos. Tudo fora dos padrões, como se um relógio estivesse funcionando do lado contrário ou coisa parecida. Uma triste sensação de perda, sensação de revolta, sem volta, acabado, findado sem consentimento. Jeitos, olhares, sorrisos, encantos... uma doce projeção arquitetada por mais uma vítima dos sentimentos mais cafonas existentes.

U
ma maneira diferente de ser, mil incógnitas em um só olhar, um jeito de caminhar bonitinho, calçando um all star e usando uma mochila nas costas. Ah, aquela mochila! Uma mochila azul jamais esquecida, e um jeito de falar tão lindo, mesmo que a tenha ouvido uma só vez... Incrível como as pessoas se transformam depois de conhecerem alguém, ou saberem que esse alguém existe. É no mínimo cômico, não impetro explicar e acho que ninguém o explica. Mas quando você vê esse alguém atravessando a rua, ou parado a alguns metros da sua frente, ou caminhando atrás de você, tudo e só o que você queria era poder abraçá-la e mostrar ao mundo o quanto ela é linda, o quanto você tem pensado nela nos últimos dias, semanas, nos últimos oito meses, ou sei lá! Deixemos essa coisa de “outras vidas” encarregada de explicar sentimentos abstratos, incompreensíveis. Desejos estranhos, frio, barraca, doces, você! Sensações estúpidas de perdermos algo que jamais nos pertenceu.

O
ito horas de sono, oito horas de sonho. Talvez essas sejam as oito melhores horas do dia porque estou ao seu lado. Tomamos café forte, filme dos piores é o que há, inverno, chuva, risos, sexo! Enfim, o celular desperta e uma música poderosa traz à tona tudo o que se quer esquecer. O sol batendo na cara, um calor infernal, você lembra que é dia 17 de dezembro. O inverno, o café, você, tudo isso foi só mais um sonho idiota. Mas seria tão bom!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Inesperado é bem melhor!

Assim que deveria ser. É assim que tem que ser. Se ao menos 30% das coisas acontecessem da maneira como queríamos que acontecesse “seria tão mais fácil, menos difícil” na primeira impressão. Porque decifrando melhor toda essa codificação que chamamos de destino, entendemos (mesmo que um pouco) que os outros 70% dessa estimativa-de-coisas-que-queremos-ou-não-que-aconteça é o que realmente daria certo, entende? As melhores coisas acontecem inesperadamente, sem hora marcada, ligações de reaviso, horas no cabelereiro, dentes bem escovados, vestimenta pra detonar! Não! Isso realmente não dá certo, pelo menos não pra mim!
E quando bate uma fome lá pelas 6 da tarde – ou a qualquer hora do dia, porque isso também é imprevisível – você vai comprar pão na padaria que fica ali, ali, na frente da sua casa: Nem vou trocar de roupa, vai assim mesmo, quem é que vai ver? Um funcionário da padaria até que é bem ajeitado, mas não me interesso muito por ele não. Qualquer que seja o motivo da sua falta de interesse/afinidade pelo dito guri da padaria, você simplesmente não acha necessário – trocar de roupa, passar uma chapa no cabelo, massa corrida na cara pra cobrir as 32 espinhas, colocar um calçado decente – tudo isso pra ver o “guri da padaria” é muito empenho, vamos e venhamos!
Então você vai assim mesmo, calção rasgado, pernas nem tão bem depiladas, as 32 espinhas “quase imperceptíveis” e moldurando toda essa beleza natural (!) um cabelo do diabo! Tendo a certeza louca de que não vai ver NINGUÉM de interessante, você vai. Pede os pães, e assim que se vira, entra naquela padaria a pessoa que você menos esperava ver naquele momento, a única pessoa que você não queria ver NAQUELE momento, ou pelo menos que não visse você naquele estado calção rasgado, pernas nem tão bem depiladas, as 32 espinhas “quase imperceptíveis” e moldurando toda essa beleza natural (!) um cabelo do diabo! Isso é que eu chamo de imprescindível! Eita sorte! Você parece ter aprendido, então, da próxima vez que ir comprar pães, vai ao menos colocar uma calça e domar um pouco o cabelo, NADA. Que coisa mais estranha. Esperamos o inesperado e isso é meio idiota, porque se esperamos já não será mais inesperado! Confuso.
É sempre assim, para as situações e para as personagens de todo esse enredo.  Sempre esperamos demais, de menos das pessoas. Difícil esperar o que elas realmente são. Mais difícil que acertar em qualquer tipo de loteria. É tão bom não esperar nada de ninguém, o que vier é lucro! Nada de decepções, nada de elevar excessivamente alguém que possa se achar superior. Nada de bom, nem de tão ruim. Assim. E se não pudermos controlar, melhor! Incontrolável é bem melhor, se for verdadeiro, tudo é melhor. O inesperado é melhor, muito melhor! Se alguém se apaixonar por você daquele jeito que você foi à padaria? Bicho, vai na fé! Simplesmente por isso que o inesperado é bem melhor, tão bacana alguém se apaixonar por você por aquilo que você é, não pela máscara de massa corrida ou pelos cabelos chapados, simplesmente pelo que você é! Só isso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Seja você!

E
 ainda querem me dizer que estou errada! Tenha dó! Gentinha abominável que se criou tomando água de valeta em pote de margarina e agora reclama quando precisa tomar água da torneira em copos de extrato de tomate. Tenho toneladas de nojo de quem não se lembra de onde veio, de quem finge ser o que não é, forja falsos sotaques, e jamais, jamais abaixa a crista. O nariz empinado sempre! Como se fossem seres mais importantes que outros. E se é que são (não mais importantes, talvez mais influentes), beleza-intelectualidade-política-financeiramente ou em qualquer outro aspecto, isso lá é motivo pra se achar superior? Simplesmente não existem motivos satisfatórios que justifiquem tanto açúcar em um só cú!
C
reio que a soberba está no topo da pirâmide das piores coisas existentes no mundo! As criaturinhas mais arrogantes são as que mais têm crediários atrasados e nas lojas mais caras. Cara, gente simples, humilde, é um tesão! É a coisa mais linda que já inventaram. Sabe, gente que não tá muito aí pra aparência, anda ajeitadinho, mas não é escravo da moda. Gente que é o que é! Só isso!
T
alvez o mal-do século não seja a obesidade, mas sim a SQA (Síndrome do Querer Aparecer). E quando você se dá conta, também está muito mais preocupado com curvas no lugar, seios perfeitos ou um pinto bem grande. Bela porcaria, como se tudo isso fosse pra sempre! E ninguém parece estar nem aí para aquilo que fica independente do tempo, da idade. Porque o intelecto parece não ser excitante. E entre comprar um bom livro ou um vestido novo? Puxa, muita gente nem sequer pensa na primeira opção! Claro! Um livro não tem tanta capacidade pra deixar um pau duro como uma mulher bem gostosa num vestidinho tubinho, tomara-que-caia.
P
recisamos ser felizes como somos! Talvez imperceptível a muitos olhos, mas, vendendo só o que realmente somos sem propaganda enganosa. Sem se esconder por trás de sorrisos que não são verdadeiros. Sorrimos então, sorrisos sinceros, para que possamos receber sorrisos sinceros! Eu sou o que sou, não minto pra ninguém com relação às minhas escolhas, ao meu humor, aos meus sorrisos, às minhas preferências, e nem às minhas carreiras. Cú doce não tem moral pra dizer se estou certa ou errada. Porque sinceramente, prefiro ter narinas vermelhas e um pouco ardidas a ter narinas saudáveis, mas empinadas.